Guia do Cemitério da Consolação: Conheça o Local

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Museu a céu aberto, o Cemitério da Consolação conta com artes centenárias e de artistas renomados. Veja informações sobre esse cemitério e os serviços funerários disponíveis no local.

O Cemitério da Consolação, localizado na região central da capital paulista, é um verdadeiro museu a céu aberto. Além das homenagens — como velas, coroas de flores e orações ali deixadas diariamente por amigos, familiares e até mesmo admiradores das pessoas enterradas no local, centenas de obras de artes fazem parte do acervo da necrópole inaugurada em 1858.  

Onde fica o cemitério da Consolação? 

Muitas pessoas têm o desejo de saber onde fica o cemitério da Consolação por achá-lo bonito, especialmente pelo seu estilo de túmulos. 

Ele fica no bairro paulistano de nome Consolação, na rua com o mesmo nome, número 1.660. Nas proximidades, há alguns pontos relevantes para quem está visitando a cidade.

O posto dos bombeiros do bairro fica apenas a uma rua de distância, podendo ser considerada uma referência. A Secretaria Municipal de Segurança Urbana fica um pouco mais acima, tendo o cemitério da Consolação como referência. 

Outro ponto bastante famoso e que está nas proximidades do cemitério é o Hotel Hits, com uma quantidade sempre alta de reservas e, por isso, muito conhecido.

História do cemitério da Consolação 

Aplicativo mapeia para visitantes obras do cemitério da consolação

O Cemitério da Consolação foi fundado em 1858, ou seja, ele está funcionando para velórios e sepultamentos há 165 anos, algo que impressiona bastante.

Justamente por essa necrópole ter sido criada nos anos 1800, ela acaba trazendo aos dias de hoje algo já abandonado: a arte tumular.

As necrópoles mais antigas costumam ter túmulos altos, com esculturas, com revestimentos em cerâmica e até mosaicos. De todos em São Paulo, o cemitério da Consolação é o que mais se destaca nesse aspecto.

No começo, esse cemitério tinha um nome diferente: era Cemitério Municipal. Inclusive, ele segue sendo associado ao serviço da prefeitura paulistana.

Antes da criação do Cemitério da Consolação a sociedade tinha o hábito de deixar pessoas mortas ao relento, no meio da rua. Em alguns casos, elas eram simplesmente espalhadas.

Assim, a intenção ao se criar esse cemitério era que houvesse um espaço especial para que esses corpos fossem deixados, a fim de reduzir a contaminação dos vivos e mesmo a disseminação de epidemias graves.

No começo da história do local, era comum que todas as pessoas pudessem ser sepultadas ali. Sendo assim, não havia nenhum tipo de “perfil” de quem poderia ficar ali: desde pessoas mais abastadas até as das classes sociais mais baixas ficavam sepultadas na Consolação.

Aos poucos, ele se tornou um cemitério particular de São Paulo, e mais voltado às pessoas de maior poder aquisitivo. Um dos responsáveis foi a própria prefeitura de São Paulo, que passou a vender diferentes jazigos. A mudança passou a fazer com que o local fosse visto como ‘de elite’. Novos ricos, ou seja, aquelas pessoas que ascenderam por causa de casamentos, heranças, etc., tinham o cemitério da Consolação como o seu favorito.

Exatamente devido a essa preferência por parte das classes mais altas é que a arte tumular se desenvolveu tanto neste cemitério.

Afinal, as famílias procuravam por esculturas e outras formas de arte que pudessem deixar cada vez mais claro que quem estava naquele túmulo era uma pessoa respeitável e rica.

Estrutura e estilo artístico no cemitério 

Considerado uma referência quando o assunto é arte tumular, muitos que procuram por este guia do Cemitério da Consolação se questionam sobre o estilo artístico desta necrópole.

Pode-se dizer que ele tem um estilo variado, já que as famílias que colocavam as esculturas nos túmulos pensavam apenas em impressionar a sociedade, de acordo com o que elas mesmos preferiam.

Hoje em dia, existe um pouco mais de frescor no cemitério da Consolação por causa da grande arborização. Assim, não se tem somente muitas esculturas, mas também bastante área verde, até para a circulação de quem está sepultando ou velando alguém.

Com relação à estrutura do cemitério, ele conta com sala de administração e salas para velório, inclusive salas públicas.

Personalidades famosas enterradas no cemitério 

A capela do local foi projetada por Ramos de Azevedo, que dá nome à praça no centro da cidade na qual está localizado o Teatro Municipal, prédio projetado pelo arquiteto Carlos Roth.

No campo dos políticos, é possível ver nomes bem famosos que estão sepultados ali, tais como Lucas Nogueira Garcez, José Maria Whitaker, Armando de Sales Oliveira, Campos Sales, Washington Luis, Jorge Tibiriça e Bernardino de Campos.

Diversos desses políticos têm seus nomes nas ruas por todo o Estado de São Paulo, fazendo com que eles sejam bem familiares a quem chega ao Cemitério da Consolação.

Com relação aos intelectuais e artistas, esse cemitério paulistano tem nomes como:

  • Tarsila do Amaral;
  • Marquesa de Santos;
  • Mário de Andrade;
  • Anália Franco;
  • Monteiro Lobato;
  • Caio Prado Júnior; e 
  • Roberto Simonsen.

Também há muitos escultores sepultados nesse cemitério, incluindo Celso Antônio, Nicola Rollo e Ramos de Azevedo, ou seja, o seu próprio projetista.

Pontos de visitação do cemitério 

Para facilitar o passeio pelo local e compartilhar com os visitantes mais informações sobre os túmulos e suas peças, a PUC-SP e o Serviço Funerário Municipal de São Paulo criaram o aplicativo “Memória e Vida — Cemitério Consolação”. A ideia do app é permitir que o visitante faça visitas autoguiadas, ou seja, que dispensam a necessidade de um guia.

Pelo “Memória e Vida – Cemitério Consolação” o visitante pode percorrer um dos vários roteiros previamente montados e disponibilizados no app, que também oferece ferramentas como busca por nome da pessoa sepultada, profissão ou atividade da pessoa sepultada (“escritor”, “atriz”, entre outros), ou pelo nome do autor da obra de arte.

Os nomes dos roteiros definidos pelo app são:

  • Arte tumular – escultores importantes
  • Arte tumular – autor desconhecido
  • Períodos arquitetônicos
  • Modernistas
  • Políticos – Império
  • Industriais, cafeicultores e profissionais liberais
  • Políticos – República
  • Artistas, intelectuais, personalidades públicas
  • Histórias urbanas

Pelo app o visitante encontra a localização do túmulo, além de informações como fotos e história. Entre as principais obras do local estão o “Grande Anjo” e “Sepultamento”, de Victor Brecheret, “Prece dos Anjos em Torno de Cristo” e “Solitudo”, de Francisco Leopoldo e Silva. 

Serviços funerários disponíveis 

O cemitério da Consolação conta com venda de jazigos, salas privadas e públicas de velório e floricultura. Inclusive, é possível fazer planos familiares para ajudar no momento do sepultamento.  

Este guia cemitério da consolação mostrou todo o encanto que esse cemitério paulistano de 1858 possui, sendo procurado pelas pessoas mais ricas da capital de SP, apesar de não ser assim no começo da sua história.

Rico em esculturas e com enorme campo aberto, o cemitério da Consolação tem salas de velório, venda de jazigos e a possibilidade de compra de coroas de flores e arranjos diversos.

Além disso, esse é um cemitério considerado ponto turístico por causa da enorme quantidade de pessoas famosas que estão sepultadas lá.

Para te ajudar a se informar sobre outros cemitérios, formas de despedida e até mesmo tipos de sepultamento e burocracias envolvidas na despedida, criamos um guia do que fazer após o falecimento de alguém.