ÁFRICA


Bandeira do Egito

EGITO


No antigo Egito, acreditava-se que a vida eterna dependia da continuidade do nome do indivíduo e da conservação do seu corpo. Por isso, a mumificação surgiu como um ritual de despedida. Isso promovia a imortalidade da alma e também o desfrutar de tudo o que era mais perfeito no outro mundo. Nos dias atuais, grande parte dos egípcios são islâmicos. Então a despedida segue os rituais indicados no Alcorão. Cremar é extremamente proibido.

O enterro acontece, no máximo, em 24 horas, após a morte, e deve acontecer antes do pôr do sol. Não é adequado, para os mulçumanos deixar o corpo tanto tempo longe da terra. No ritual de limpeza, velas e incensos servem para que os maus espíritos sejam afastados. O corpo deve ser colocado do lado direito, de frente para Meca, feito isso, lava-se o corpo como um processo de limpeza. Primeiro a parte direita e depois a parte esquerda. Após a purificação, o corpo, sem roupas, é envolto em mortalhas que o cobrem completamente. Amarra-se as pernas com uma corda. A mão esquerda fica no peito, abaixo da direita.

O caixão é bem simples, apenas para transferir o corpo do local da morte para o cemitério. Quando chega no cemitério, o corpo é retirado do caixão de transporte e enterrado apenas com a mortalha. Apenas os homens vão aos funerais. No Egito, enterrar seus mortos é uma maneira de honrar a vida do indivíduo que faleceu. Não existe a observação do corpo, velório, como em outros locais. Caso existam dívidas do indivíduo que se foi, elas devem ser pagas pela família ou comunidade.



Bandeira da Etiópia

ETIÓPIA


Uma reportagem da Folha de São Paulo, publicada no dia 12 de junho de 2003, trouxe uma manchete pra lá de interessante: “Etiópia é o novo berço do homem moderno”. A matéria reportava o fato de uma equipe formada por 14 países ter encontrado fósseis de Homo sapiens com 160 mil anos, sendo os mais antigos do homem anatomicamente moderno.

As marcas nos crânios indicavam que os fósseis foram utilizados em um ritual fúnebre primitivo. Mas as coisas mudaram nesse país africano, inclusive as formas como as pessoas se despedem de seus entes queridos. De matriz multicultural, a Etiópia pratica hoje, majoritariamente, ritos funerários convencionais cristãos ortodoxos.

Há no país uma variedade ampla de rituais de despedida, com particularidades praticadas por cada comunidade. Mas em geral, as manifestações envolvem luto de três dias depois do falecimento, sendo que o sepultamento do corpo ocorre no mesmo dia da morte. Normalmente, a família e amigos do falecido oferecem uma refeição especial aos presentes no ritual e as sepulturas ficam no piso da igreja ou em algum outro solo abençoado.

Na Etiópia, é comum as cerimônias ocorrerem após um longo processo após a morte, cuja dor pela perda se expressa por meio de um choro inconsolável e do ato de bater no peito. Um funeral típico pode ser acompanhado por uma multidão de pessoas, formando uma espécie de procissão em massa até o local do enterro.

No rito, um padre faz orações pela alma do falecido, enquanto se canta um coro como manifestação de condolências.



Bandeira de Gana

GANA


O ritual de despedida acontece com festas que podem durar muitos dias. O tempo da festa depende da importância da pessoa para a comunidade. Por lá, os caixões são bem diferenciados. Em Gana, acredita-se que quando a pessoa morre, deve ser enterrada com signos que lembram a vida que levou. Por isso, os caixões têm diferentes formatos. Frutas, carros, peixes…

A produção de cada caixão demora, em média, duas semanas. A tradição manda que ele seja encomendado apenas após a morte. Sendo assim, o corpo do ente querido fica sob os cuidados da família, até o caixão ficar pronto.

O motivo da morte é o menos importante. O que vale mesmo é a festa. E é nesse momento que é celebrada a vida do indivíduo que faleceu e também aos que ainda estão vivos. Música, danças típicas, comidas e muita bebida para a despedida.

Além de organizar as festas, a pesca para o banquete também é um ritual para a despedida, na qual os pescadores se unem para pescar da forma mais natural possível. Sem aparatos tecnológicos, motores de barcos ligados, entre outros. Se vier muitos peixes, significa que o ente querido agradece pela festa.

Normalmente, mais de 500 pessoas participam da festa de despedida.

Durante o tempo de despedida, o corpo fica em necrotérios ou até conservados em casa com toda pompa.

Antes de ser colocado no caixão, o corpo passa por um processo de limpeza feito apenas pelas mulheres. A roupa é trocada e o corpo é acomodado no caixão. Apenas às 23h00 do dia do enterro é que o corpo é liberado para visitação da comunidade que participa da festa.



Bandeira da Libéria

LIBÉRIA


Grande parte dos liberianos são cristãos. Por isso, o ritual de enterro é mais parecido com o ocidente. Contudo, alguns costumes e rituais dos tempos antigos, ainda permanecem atuais.

Honrar o ente querido é indispensável. Para isso, a higiene e a troca de roupa é obrigatória. Para os liberianos a morte é uma extensão e continuidade da vida, portanto o indivíduo deve chegar ao outro lado da melhor maneira possível.

Por lá, o ritual pode durar dias ou semanas. Isso porque é importante que todos próximos ao indivíduo se despeçam, mesmo morando em cidades distantes, ou até outros países.

Durante a despedida, os homens e mulheres vestem preto e as crianças branco. Imagens do ente querido são distribuídas em "santinhos"e em todas as superfícies onde acontece o velório colocam-se fotos celebrando a vida de quem partiu.

Além disso, na Libéria, acredita-se que se despedir de maneira honrada e feliz é uma forma de agradecer a quem se foi e a todos os ancestrais, que de alguma maneira estão presentes.

Caso a despedida e as homenagens não aconteçam conforme as regras, acredita-se que o indivíduo não realiza sua viagem e permanece na terra atrapalhando a vida dos parentes e amigos, cobrando um enterro de acordo com o ritual.

OCEANIA

Bandeira da Austrália

AUSTRÁLIA


Quando um australiano morre, seu corpo é imediatamente empalhado. Isso quer dizer que retiram os órgãos do corpo do falecido para substituir por palhas. Após o feito, a pele é preparada no formol e o corpo maquiado. Ao ser colocado no caixão, ele é levado à casa funerária ou a um templo religiosos.

Durante todo o tempo, o caixão permanece fechado. Enquanto isso, familiares fazem discursos para lembrar histórias que viveram com o falecido. Após este momento, o corpo é levado ao cemitério para o sepultamento. Em seguida, as pessoas seguem para a casa de um familiar para a celebração. Os convidados são encarregados de levar os comes e bebes e ajudar no que for necessário.

A tradição australiana é semelhante à dos americanos e é mantida há séculos. Porém existem outros costumes no país. Para o grupo aborígenes, o conceito de um funeral é extremamente diferente. Eles acreditam que a morte é uma passagem para outra vida. A cerimônia serve para fortalecer o falecido neste processo, para que ele não fique preso neste mundo.

Não é permitido falar o nome do falecido. Eles preferem escolher um apelido para se referir a uma pessoa que já se foi. Isso é para não atrapalhar a passagem para uma nova vida.

Após alguns rituais, se inicia um momento chamado “sorry business”. Neste período, o corpo do falecido é colocado em uma plataforma e fica meses, até restar apenas os ossos. Logo após, os familiares pintam os ossos de vermelho e enterra-os em algum lugar significativo para eles. Só pode participar deste ritual quem é da família. A roupa deve ter uma cor neutra, jamais preta.



Bandeira da Nova Zelândia

NOVA ZELÂNDIA


As tradições neozelandesas estão ligadas aos rituais maoris. Quando se morre alguém na Nova Zelândia, acontece o “Tangi”, rito fúnebre praticado por eles. São aproximadamente 3 dias de funeral. Após a morte, o falecido não pode ficar nenhum momento sozinho até que seja enterrado.

O funeral acontece em um “Marae”, que é um local sagrado para os maoris. O caixão fica aberto ao longo do velório e é colocado perto da parede de trás do “Wharenui”, uma das casas do Marae. Lá, as pessoas irão se despedir do falecido.

O ritual começa com o “põwhiri”, que são as boas-vindas do Marae. O falecido chega ao recinto vestido de preta e com uma coroa de kawakawa, folha típica da Nova Zelândia. Ao redor do caixão tem flores e fotografias de parentes que já faleceram.

É comum que as pessoas lavem as mãos e joguem água na cabeça antes de deixar o local onde está o falecido. Durante o rito, os parentes não podem falar em sinal de respeito ao ente querido.

Quando acaba o ritual é realizada uma vigília, para que, a partir daí, o corpo seja encaminhado para o sepultamento. Após o enterro, o local onde o falecido morreu e sua casa são purificados com orações.



Bandeira de Samoa

SAMOA


Toda família em Samoa tem um “Tulafale”, aquele que é responsável por conduzir os funerais. Sua missão começa com a notícia. Ao saber do falecimento, ele deve comunicar todos os familiares. Desta forma, eles se reúnem para decidir como será o funeral.

Ao início de um funeral, é comum que os participantes levem presentes aos familiares que estão de luto. Este momento se chama “fa’alavelave”. Geralmente as lembranças são dinheiro ou tapetes tecidos à mão. O momento de despedida costuma ser realizado em uma igreja e são entoados cânticos e orações.

Durante o funeral que tem duração de aproximadamente 2 horas, o “Tulafale” é responsável por conduzir a cerimônia “soafa’i”, na qual os familiares irão tomar decisões sobre os próximos passos. Por ali, eles aproveitam para compartilhar histórias sobre o falecido e preparar um banquete. As comidas são preparadas em um “Umu samoano”, que é um forno de terra com pedras aquecidas.

Em algumas situações, tem a cerimônia “Ava”, que consiste em servir uma bebida feita através das raízes da planta de pimenta. Isso serve para reconhecer o acontecimento.

O caixão fica a todo tempo aberto para a visualização. No momento da despedida, é entoada a canção “Moomooga Samoa”. O luto tem uma duração de 2 semanas. Embora seja uma situação triste, os somoanos comemoram, pois a família se reuniu embaixo do mesmo teto.



Bandeira de Nauru

NAURU


Em Nauru, a morte é um grande desafio que todos precisam passar para chegar em uma outra vida. O que você fez na terra contará como pontos após o falecimento.

Os nauruanos acreditam que há um julgamento após a morte. Nele, será decidida se haverá recompensa ou punição por suas atitudes. Os enterros são feitos no distrito de cada pessoa e o funeral é marcado por festas e celebração. Porém, permanece o respeito pela luta daquele que se foi.

Na crença dos nauruanos, ao morrer, eles viram um espírito. A partir daí, começa a jornada chamada “Ebwiyeye”. O falecido precisa rastejar, sem se machucar, sobre um pináculo de bordas afiadas. Deve seguir em direção ao pôr do sol. As árvores pelo caminho podem o pegar. Isso dirá se a pessoa fez maldade durante a vida.

Segundo a tradição, se não foi uma pessoa boa durante a vida na terra, ao chegar no mundo dos mortos, todos saberão. A punição é o constrangimento que o indivíduo passará eternamente.



Bandeira de Tonga

TONGA


A cerimônia de despedida em Tonga acontece em uma Igreja. É comum que as pessoas da comunidade presenciem o momento, mesmo que sem conhecer o falecido. Aqueles que irão participar do ritual, levam presentes aos familiares que estão de luto. Esses presentes podem ser tapetes, comidas, ou até mesmo uma ajuda monetária.

O caixão fica aberto e exposto para a família e os amigos do falecido se despedirem. Os tipos de tapetes que são levados ao funeral viram de acordo com a relação com aquele que se foi. Quanto mais próximo, melhor a qualidade do produto. Alguns preferem rasgá-los para expressar suas dores. Os túmulos costumam ser decorados com colchas coloridas penduradas em cabides.

O ritual é acompanhado com uma banda de metais e o padre é o responsável por conduzir o momento do enterro. Além disso, os homens da família devem cavar a cova na qual será colocado o caixão.

Não há um tempo exato de luto, pois isso varia da proximidade que havia com o falecido. Neste período, só se usa roupa preta. Enquanto alguns expressam suas tristezas através do choro, outros optam pelo riso para superar a dor da perda.



ÁSIA E ORIENTE MÉDIO

Bandeira da China

CHINA


A relação entre os mortos e aqueles que estão vivos é bem próxima. Eles costumam se comunicar através de sonhos para que possam resgatar na memória, boas lembranças. Quando uma pessoa morre na China, é submetida a um ritual. Nele, seu corpo é lavado 3 vezes pelo filho mais velho, com essência de flores, pois acreditam que a limpeza é a chave para entrar no paraíso.

O ritual de despedida, tem como intuito unir os familiares e restabelecer laços que podem ter acabado durante a vida. Durante a cerimônia, é proibido usar jóias ou roupas da cor vermelha, por respeito ao momento. No enterro, são colocados papéis vermelhos em torno do caixão e entoado cânticos para afastar os maus espíritos que possam cercar o lugar.

Além disso, as pessoas colocam dinheiro e sacolas com grãos para garantir que o falecido não passará fome na próxima vida. O velório dura de 3 a 7 dias. O número de dias precisa ser ímpar, para mostrar que o falecido não completou sua jornada. Para arcar com os custos do funeral, os chineses oferecem dinheiro à família.

Após o ritual, a família veste o morto com várias camadas de roupas, para representar todas as gerações de descendentes. Um dia após a morte, os familiares usam cores diferentes umas das outras para estabelecer uma certa relação com o ente. Os mais próximos, usam sobretudo, chinelo e chapéu. Desta forma, mostram que não há vaidade no lugar da dor de uma perda.

Quando um chinês morre, os móveis, tanto da sala, quanto do quarto, de sua casa, são retirados, para que não polua o ambiente. Se a morte acontecer em casa, a porta principal terá uma faixa vermelha ou branca para indicar o falecimento no local.



Bandeira da Turquia

TURQUIA


Na Turquia, os corpos costumam ser enterrados rapidamente após o falecimento. De preferência antes do pôr do sol, ou dentro de 24 horas.

O corpo é lavado pelos familiares do mesmo sexo, exceto no caso de filhos ou conjugue. A limpeza é feita com panos em um processo de 3 a 7 vezes. Após estar limpo, é enrolado com lençóis brancos, que serão amarrados com quatro cordas, uma acima da cabeça, outra abaixo dos pés, e as últimas dos lados.

Antes do sepultamento, é feita a oração fúnebre, chamada Salatul Janazah. Cabe àqueles que estão participando do funeral, formar 3 fileiras na horizontal, em direção a Meca. Eles são separados entre homens, mulheres e crianças para rezar, em tom baixo, o Fatihah, que é o primeiro capítulo do Alcorão, livro sagrado dos islâmicos.

Durante a cerimônia não pode ter gritos, pois o falecido pode escutar e ficar aflito.

O luto (Hiddad) dura 3 dias. Para uma víuva, o processo é o Iddah, com duração de 4 meses e 10 dias. Neste período, ela não pode usar perfume e jóias. Além de não poder dormir fora de casa. Só permitido se caso após o tempo estimado.



Bandeira da Tailândia

TAILÂNDIA


Após a morte de um tailandês, o corpo é direcionado ao ritual do banho. Isto é, quando os convidados da cerimônia banham a mão do falecido com água lustral. Em seguida, o cabelo do morto é penteado, ele é vestido e colocado no caixão, para que seja exibido a fim de dar sequência nos tradicionais rituais.

Esses rituais normalmente acontecem em templos budistas, religião predominante do país. Os ritos duram de 3 a 5 dias, mas podem começar apenas 100 dias após a morte.

Durante a cerimônia de despedida, é esperado que a família sirva refeições aos convidados. Os monges são convidados a cantar o Abhidhamma, cântico tradicional para os budistas. Além disso, há o ritual Bangsukun, que é a oferta dos tecidos aos monges em nome do falecido. Quando termina o ritual, o corpo é cremado.

Os tailandeses costumam usar a expressão kohn tai khai khon pen (os mortos vendem os vivos), para dizer que o alto custo dos funerais deixam dívidas aos que estão vivos.



Bandeira de Omã

OMÃ


O país de origem islã segue à risca suas tradições em um ritual fúnebre. Para isso, após uma morte, o corpo deve ser enterrado rapidamente. Porém, antes disso, ele é totalmente lavado. No caso do falecimento de um homem, ele é enrolado com 1 lençol branco. Já na situação da mulher, são 2 lençóis.

No velório em Omã, as pessoas costumam pedir perdão por aquele que faleceu. Desta forma, facilita a entrada dele ao paraíso. Ao sepultar, o corpo é coberto com pedras e terra para que não fique exposto. Outra curiosidade é que o governo oferece serviços funerais, como transporte, lavagem e enterro.

Após a morte, o falecido é tratado com bastante respeito e dignidade. Seu túmulo não é rotulado e a identificação é apenas através do sexo. Além disso, o luto em Omã varia de acordo com a idade daquele que se foi. Quanto menor a idade, maior o luto.

A morte súbita é conhecida como Mu Ghayeb em Omã. A crença aponta que o falecido não morreu, mas teve sua vida tirada por um mago. Essa pessoa recebe um feitiço, que pode levar a situações horríveis. Após ser enfeitiçado, ele morre. A única forma de se libertar dessa fábula é se o mago morrer.



Bandeira de Camboja

CAMBOJA


No Camboja, as tradições budistas no ritual funerário estão presentes. Eles acreditam que o falecido chegará à uma nova vida, mas há um processo de transição que deve ser respeitado.

Quando há uma morte no país, a família se encarrega de cuidar. O corpo é levado para casa para que se mantenha em um bom estado. Suas crenças não permitem que os órgãos sejam retirados, pois pode atrapalhar no processo de renascimento.

Após a morte, há um luto de 49 dias, pois este é o tempo em que o morto irá levar para renascer. Durante esse período, as pessoas rezam pelo falecimento de 7 em 7 dias. Depois dos primeiros 7 dias, a família coloca pó na porta de seu quarto, para receber a visita da alma do ente. Ainda no luto, o corpo é exumado, os ossos são lavados e colocados em um caixão menor.

Embora o luto seja vivido intensamente, não é comum que as pessoas deixem de trabalhar durante este período. Porém, durante os 100 dias após o falecimento, ninguém comemora nada, em função do respeito que tem por quem se foi. Após esse tempo, é celebrada a passagem do falecido para uma vida nova.

AMÉRICA DO NORTE E CENTRAL

Bandeira dos Estados Unidos

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA


Um país que demora para se despedir de seus entes queridos. O Senador republicado John McCain, por exemplo, demorou 8 dias para ser enterrado. Em geral, o enterro acontece em, pelo menos, 4 dias nos E.U.A. Ou seja, famoso ou não, a despedida é cheia de homenagens.

Um dos grandes motivos para o tempo de enterro nos Estados Unidos é a religião. Por lá, a maioria das pessoas são protestantes e por isso se preocupam em preservar a imagem do ente querido. Há grande valorização da maquiagem, vestimenta e dos cabelos.

Nos E.U.A, existem diversas empresas preparadas para montar este ritual. Eles incluem o traslado dos parentes e do ente querido em limusines com toda pompa. Além disso, no local do velório, os pertences preferidos costumam ser colocados como forma de homenagem.

Além disso, os americanos costumam recepcionar os visitantes com um banquete farto, com todos os alimentos que eram os preferidos do ente querido.

Cremação a céu aberto. É isso mesmo. Na região de Crestone, os habitantes participam ativamente do ritual de cremação de seus parentes e amigos. O corpo é colocado em uma pira a céu aberto que é coberta de flores. O fogo é ateado vagarosamente por meio de madeiras e a desintegração é acompanhada por todos até o fim. Alguns tocam músicas e dançam enquanto o corpo é cremado.

Nos E.U.A existem mais de 2100 crematórios e em Estados como o da Califórnia de 60 a 80% das pessoas que faleceram são cremadas.

Outro fato curioso é que por conta da crise econômica e dos altos valores para enterro (de U$ 6 mil a U$ 20 mil), algumas famílias não têm condições de arcar com os custos. Vem crescendo, então, o sepultamento doméstico, onde os entes queridos são enterrados na propriedade residencial. Para tanto, a família precisa de um atestado de óbito e uma permissão das autoridades locais, para a liberação do enterro.


Bandeira do Haiti

HAITI


Grande parte dos Haitianos seguem a religião Vodu e mesmo que a liturgia varie de uma região para outra os rituais fúnebres são semelhantes.

Após a morte de um indivíduo sua alma é composta pelo "gro bonange", um anjo bom, a força da vida e o "ti bonange", pequeno anjo, essência da pessoa que fica próxima ao corpo por um período de 7 a 9 dias.

Neste tempo, o Ti Bonange fica exposto ao ataque de feiticeiros que podem transformar o falecido em um zumbi. Por isso, os rituais precisam ser feitos com exatidão. Feito isso, a alma se separa do corpo e passa um ano e um dia vivendo nas "águas escuras". Se neste período de 1 ano, algo de errado acontecer no processo de despedida do falecido, sua alma poderá ficar vagando pela terra e trazer má sorte à família.

Caso tudo corra bem, a alma é retirada do corpo que está nas águas e colocada em um "govi", pote de barro. Durante algum tempo, esta alma será tratada como um Deus. Em cerimônias subsequentes à separação da alma e do corpo o pode poderá ser queimado ou quebrado liberando o espírito para viver em "Lafrik Guiné, onde ficará em paz até renascer.


Bandeira do México

MÉXICO


Nem sempre a tristeza toma conta de uma despedida. Isso está baseado nas crenças e nos costumes. No México, por exemplo, o dia da morte é uma data festiva, pois não é tratada como o fim, e sim como o início de uma nova vida.

O dia de finados, celebrado no dia 2 de novembro, é como se fosse o carnaval no Brasil, ou até mesmo o Halloween nos Estados Unidos. Uma festa que se inicia no dia anterior e que é considerada como um motivo patriótico.

As festas se estendem por 3 dias, e as famílias se reúnem com as comidas e bebidas que os falecidos mais gostavam. É uma forma de homenagear e lembrar dos entes queridos que já se foram. Além disso, as ruas são tomadas por crianças fantasiadas e com rostos cobertos por maquiagem.

Outra curiosidade desta data, são os altares montados dentro das casas. Sempre perto de uma janela, os mexicanos esperam a visita dos familiares que já morreram. As decorações são marcadas pelo símbolo mais emblemático da morte no país, que é a La Catrina. Elas são caveiras de cunho político, artístico e cultural.

Essa tradição foi originada pelas civilizações pré-hispânicas há mais de 3 mil anos.

A celebração neste dia pode parecer estranha para o resto do mundo, porém é uma questão de criação. As crianças no México crescem entendendo que o dia da morte é uma data festiva, e partir disso, cria uma outra percepção sobre o momento.


EUROPA

Bandeira da Armênia

ARMÊNIA


A tradição da Armênia diz que o funeral deve ser realizado 3 dias após a morte. É comum que o velório aconteça na casa do falecido mesmo, para que os familiares possam se despedir do ente querido. Eles colocam a tampa do caixão na porta de entrada, para que os vizinhos saibam que alguém está sendo velado naquele local.

O caixão fica exposto na sala da casa e é sustentado por plataformas com panos pretos, que representam o sentimento de luto. Ao redor do falecido, é colocado diversos buquês de flores como homenagem. Durante a cerimônia, as pessoas costumam levar dinheiro aos familiares.

Embora o dia da morte seja a data mais marcante, quando uma pessoa morre na Armênia, são celebradas diversas cerimônias. No dia do fato, no funeral, um dia após o velório, no sétimo e no 40º dia, e quando completa 1 ano do falecimento. Familiares e amigos se reúnem em todas essas datas.

Tanto no 7º e 40º dia, quanto no aniversário, é comum que as pessoas visitem o túmulo do falecido. Eles levam flores, comidas e bebidas alcoólicas como oferendas. Outra tradição específica do país é que os homens não podem fazer a barba no período de 40 dias após o falecimento.



Bandeira de San Marino

SAN MARINO


San Marino é um país com 34 mil habitantes que fica localizado dentro da Itália. É um país independente que está cercado pelo território italiano. Por essa ligação, os dois países seguem as mesmas tradições, que são do catolicismo, pelo alto índice de católicos na região.

Assim que todos estão presentes com o traje na cor preta, é possível iniciar o velório. O caixão fica aberto durante todo o tempo, para que os participantes do funeral prestem suas homenagens e se despeçam. É normal levar comes e bebes aos familiares. Geralmente frutas, vinhos e sobremesas.

Junto ao falecido, ficam seus bens materiais preferidos. Isso serve para que ele se sinta confortável onde está e não queira voltar à terra. Segundo a tradição no país, durante o período do luto, não se pode proferir o nome do falecido.

Ao visitar o caixão, é comum beijar a bochecha ou a testa do falecido como um sinal de respeito. Durante o ritual, acontecem vigílias e orações pela alma daquele que se foi. A cerimônia é encerrada com uma missa.

Após a missa, as pessoas se encaminham à sepultura. Ao enterrar, os familiares jogam terra por cima do caixão, e depois, deixam suas flores.



Bandeira da Alemanha

ALEMANHA


Na Alemanha, as funerárias e os cemitérios pertencem ao estado e são protegidos por lei. Em virtude disso, todo alemão é obrigado a ser enterrado, mesmo que seja cremado. A exigência legal que comprova o fato, tem o nome de “Der Friedhofszwang”.

O funeral é realizado até 10 dias após a morte. Esse tempo serve para a família digerir tudo o que aconteceu e preparar uma despedida digna para aquele que se foi. Caso o corpo seja cremado, pode levar até um mês para o ritual. Cerca de 50% dos alemães optam por serem cremados. Já na Alemanha Ocidental, o número sobe para 80%.

O alemão tem como característica ser um povo mais reservado. Não é comum encontrar pessoas desesperadas durante um funeral. Eles vivem o luto com muito respeito e silêncio. Durante o momento, são entoados cânticos religiosos e até mesmo populares. Geralmente, os familiares contratam músicos para conduzir o momento.

O traje mais apropriado para a situação é o preto. A família lamenta a perda ao redor de um caixão fechado. Antes do corpo ser encaminhado ao sepultamento, há um momento de reza pela alma do falecido. Após isso, acontece o enterro. Na Alemanha, é comum alugar um túmulo ao invés de comprar, por conta do alto custo. Também não é permitido colocar foto do ente na lápide.

Após o sepultamento, acontece o Leichenschmaus, que é a “refeição do funeral”. Este momento serve para que os familiares que estão de luto reflitam que a vida é uma passagem na terra e morte, inevitável.



Bandeira da França

FRANÇA


Marcada pelo Iluminismo e pelo pensamento moderno, a história do modo que a França se despede de seus entes queridos começa praticamente junto com a da Humanidade. Por exemplo, há cerca de 90.000 e 40.000 anos, o homem de Neandertal já tinha em seu habitat um espaço reservado para o “culto aos mortos”.

Segundo os especialistas, uma das capelas mais famosas era a La Chapelle-aux-Saints, seguida da Moustier, La Ferrassie, Arcy-sur-Cure e Biache-Saint-Vaast (Paleolítico médio). Passado algumas dezenas de milhares de anos, surge o Homo sapiens sapiens e a indústria lítica comporta o corte de metais e nasce a manufatura de artefatos de ossos, pinturas rupestres e o início de uma arte mobiliária.

Esses fatores, aliados ao uso do cobre pela própria metalurgia no III milênio antes de cristo e o desenvolvimento da sociedade como um todo, fizeram com que as civilizações de Hallstatt e de La Tène se tornassem exímias na arte de lidar com metais, pedras marmores e, a partir daí, na arte funerária. Tudo começou com imagens carregadas de símbolos como tochas com fogo, guirlandas, corações, anjos, pietas, cruzes, globos e ampulhetas.

Todos esses materiais contam com uma série de significados, como a purificação da alma após a morte e o desejo de que a alma seja bem recebida no além-mundo, como no caso de imagens em que Mária, a Mãe de Jesus, aparece chorando.

Essas esculturas ganham destaque em todo o planeta, inclusive aqui na América do Sul, principalmente no Brasil. Afinal, as pedras e mármores que ilustram os nossos cemitérios têm influência nos monumentos e desejos da própria França na época em que a Europa era a “dona e senhora do mundo”.

Esculturas presentes no Cemitério da Consolação, em São Paulo, no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro e o Campo de Santo, na Bahia, fizeram com que esses locais ficassem famosos e dessem origem ao que chamam de Turismo Cemiterial, com excursões falando um pouco da história das lápides e das personalidades ali enterradas.

No entanto, hoje os tempos são outros. Se antes, o ato de se despedir de um parente era cheio de voluptuosidades, hoje a moda é simplificar. Segundo a Associação Francesa de Informações Funerárias (Instituto Ipsos), 63% dos franceses preferem cremação ao enterro ao invés do enterro tradicional. A pesquisa foi feita em 2018 e registrou um crescimento de 12% na vontade dos entrevistados em relação à 2015, último ano em que o estudo foi feito, apontando também que 36% deles preferem ter funerais informais hoje em dia.

Uma das principais razões está no fato da pessoa não querer muitas pombas na hora da sua partida. Além disso, há uma questão ecológica, já que, segundo pesquisa feita pela Funeral Services Foundation, os enterros tradicionais liberam quase 1 tonelada de CO2 na atmosfera (cerca de 833 kg, em média). Por outro lado, a cremação já promove um impacto menor ao meio ambiente ao produzir 233 kg.

Porém, o que é mais benéfico mesmo é o enterro sem uma lápide, que emana apenas 182 kg de CO2 para o planeta. Não por acaso, Paris inaugurou em 2019 o primeiro cemitério verde, cujo enterro é feito em marcadores de madeira, substituindo as antigas lápides - muito comum pelos vernizes tradicionais, com alças que produzem o chamado necrochorume - e com caixões feito de materiais como papelão ou a própria matéria, só que não envernizada.

No entanto, a ideia é ir além. De acordo com a mídia local, há uma proposta de que as pessoas possam ser enterradas em cápsulas biodegradáveis em Paris, plantando uma árvore em cima do corpo, fazendo com que os cemitérios virem verdadeiras florestas. A compostagem humana, como é chamada, já foi aprovada em outros países, como os Estados Unidos da América (EUA). O estado de Washington, por exemplo, legalizou a lei que regulamenta a prática, que entrou em vigor em 2020.



Bandeira da Sérvia

SÉRVIA


Na Sérvia, cerca de 85% da população segue as tradições da igreja ortodoxa. Culturalmente, eles acreditam que a alma deixa o corpo logo após a morte. O falecido é julgado para saber se irá para o céu ou inferno. Não há purgatório para os ortodoxos.

Não é permitida a cremação, pois vai contra os princípios da religião. Segundo os ortodoxos, o corpo humano é uma criação de Deus e não pode ser desfeito.

No funeral, há uma celebração com comida e bebida, no qual é reservado um lugar para o falecido se alimentar, assim como em outras datas que irão lembrar a partida dele.

Para iniciar um ritual fúnebre na Sérvia, acontece a cerimônia “Opelo”, que são cânticos realizados por um padre. Perto do caixão, haverá uma mesa arrumada. Nela, terá uma garrafa de vinho com azeite, que será derramado sobre o falecido para realizar o sacramento da unção dos enfermos.

Além disso, sempre tem um vinho puro para derramar sobre alguns grãos que fazem parte do ritual de passagem à vida eterna. Para completar a mesa, são colocados pães e um pires com mel. O pão irá simbolizar a vida de Cristo, o mel, como a doçura do céu, e os grãos, como símbolo da ressurreição dos mortos.

AMÉRICA DO SUL

Bandeira da Colômbia

COLÔMBIA


A diversidade cultural da Colômbia divide a maneira com a qual os indivíduos se despedem de seus entes queridos. Por isso, antes de entrar na história da despedida, propriamente dita, vamos entender algumas questões culturais:

Indígenas: 4,4% da população que está, principalmente, em La Guajira, Cauca, Nariño e Córdoba.

Afrocolombianos: 6,4% dos colombianos são Afro e estão o Valle del Cauca, Chocó, Bolívar e Antioquia.

Raizales: 0,05% da população e estão em San Andrés e Santa Catalina

Gitanos(Rom): A menor etnia colombiana. Estão concentrados em Bogotá, Santander e Tolima

Pronto, agora que já entendemos todas as etnias presentes na Colômbia, vamos às divisões de como cada parte do país se despede de seus entes queridos.

Pacífico:

Quando o indivíduo está em agonia e já se sabe que ele irá partir tanto a família quanto os amigos e parentes mais próximos ficam ao lado dando toda atenção e amor.

Além disso, seus alimentos e bebidas preferidas são oferecidos. Orações e novenas também são feitas para que os santos ajudem o doente a partir com paz.

Quando a morte é constatada, familiares realizam a higienização completa do corpo antes de colocá-lo no caixão. Além disso, o local do velório também é todo decorado pelas mulheres da família.

Este palco, no qual o corpo fica em velório, é composto por um altar com uma imagem de Cristo e um laço de pano preto ou uma borboleta esculpida em madeira. Além disso, coroas de flores e muitas velas compõem a decoração.

É neste espaço que ficam hospedados todos os parentes distantes, músicos que vão se apresentar durante a despedida e amigos. Além do lugar para descanso também joga-se dominós, contação de lendas sobrenaturais e histórias cotidianas.

No momento do sepultamento o corpo segue ao cemitério em romaria.

Durante 9 dias, contando do dia do falecimento, é realizada uma novena onde se rezam rosários, preces e louvores. Acredita-se que este momento é primordial para aproximar a alma de Deus.





Bandeira do Paraguai

PARAGUAI


A mesclagem da tradição católica com os ritos funerários indígenas compõe uma forma de despedida no Paraguai. Ao mesmo tempo que o coração se alegra pelo falecido estar à caminho de um lugar melhor, a dor da perda é compensada com cânticos e orações.

A lembrança se intensifica na sexta-feira santa, dia no qual a população se mobiliza para visitar seus entes no cemitério e lembrar a dor da crucificação de Jesus. É uma data de profunda meditação e respeito.

Essa data é marcada pela presença dos “estacioneros”, grupo responsável por entoar cânticos de oração em homenagem aqueles que não estão mais nesse plano. O ritual reúne milhares de pessoas em suas respectivas cidades, a fim de rezar pela alma de seus familiares.

A morte é levada, de forma majoritária no Paraguai, com dor, solidão e tristeza. Porém a fé alimenta a população com esperança. No reencontro e na vida eterna. A certeza que os falecidos foram para um lugar melhor, sustenta o coração e ameniza o sofrimento.

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