3 mitos sobre o que ocorre com nosso corpo após a morte

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A morte chega para todos e a tristeza permanece por algum tempo no coração dos entes queridos. Para muitos, a informação ajuda a lidar com o luto, e isso inclui entender o que acontece com o corpo após a morte.

Perder uma pessoa muito querida com toda certeza é algo doloroso. Por isso, estar familiarizado com o assunto pode trazer maturidade para períodos de luto e tristeza. Cada pessoa sente de uma forma e lida com o luto de formas diferentes.

Muitas pessoas conseguem lidar com a dor por meio da informação. Há quem precise do máximo de explicações para conseguir aceitar, consciente e subconscientemente, a perda. Se você gostaria de entender o que acontece com o corpo após a morte para ter uma explicação científica, queremos ajudar.  

Quais os estágios da decomposição do corpo após a morte?

A decomposição do corpo humano é um processo longo, que começa no momento da morte e termina muito tempo depois, quando restam apenas os ossos – podendo ser acelerado por fatores externos como as altas temperaturas. O ideal é que o corpo seja enterrado em até 1 semana após o falecimento.

Para algumas pessoas, entender como acontece a decomposição pode ser desagradável, por outro lado, também pode auxiliar a enxergar o falecimento de forma madura, leve e responsável.

Após a morte, o corpo humano passa por 4 estágios de decomposição:  

  1. Live Mortis (Autólise ou decomposição inicial)
  2. Rigor mortis (Enrijecimento dos músculos)
  3. Algor mortis (Homeostase)
  4. Putrefação

Entenda melhor a seguir.

Live Mortis

Live Mortis é o nome dado ao primeiro estágio de decomposição do corpo humano, sendo seu primeiro sinal a lividez ou palidez. O sangue que circulava normalmente vai para as partes inferiores do corpo, deixando a pele com um aspecto acinzentado e abatido 

Por isso, é tão importante a preparação do corpo para o velório. Essa fase começa uma hora após a morte e dura cerca de 12 horas. 

Rigor mortis

Nessa fase, os músculos ficam enrijecidos devido a uma série de mudanças celulares. Essa tensão começa de 2 a 6 horas após a morte e dura, no máximo, 84 horas. 

Algor mortis

Nesta etapa, como não existe mais o mecanismo de regulação de temperatura, o corpo fica frio. Essa fase começa cerca de 18 horas depois do falecimento. 

Putrefação

A putrefação é uma das fases mais conhecidas e comentadas entre as pessoas, mas ela demora mais para acontecer, afinal só começa com cerca de 25 a 48 horas após a morte.

Nesse período as bactérias atuam sobre o corpo, assim, gases são liberados, o corpo tende a inchar e liberar um odor forte.  

É possível desacelerar a decomposição do corpo?

A tanatopraxia é uma prática realizada para desacelerar a decomposição do corpo. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a técnica é muito antiga, remonta à idade média. 

Anteriormente, a preparação era conhecida como embalsamamento, que consistia na retirada do sangue e órgãos do corpo. Na tanatopraxia são retirados apenas o sangue e fluidos. 

Toda a preparação é uma forma de garantir a boa aparência da pessoa que partiu e promover uma cerimônia fúnebre especial.  

Mitos comuns sobre o que ocorre após a morte 

Existem muitos mitos em torno do que acontece após a morte. Algumas pessoas acreditam que as unhas e cabelos podem continuar crescendo por tempo indeterminado, ou que os mortos conseguem emitir sons e até gemidos. 

Algumas dessas situações acontecem, mas existe uma explicação lógica. Entenda melhor a seguir! 

1) Mito: os cabelos e unhas crescem sem parar mesmo depois de muito tempo.

Após a morte, os cabelos e unhas continuam crescendo por algum tempo, mas não por um período prolongado ou para sempre. O que ocorre é que, em alguns casos, algumas células continuam em atividade – viabilizando, por exemplo, o transplante de órgãos. 

Porém, após pouco tempo, as reservas do corpo humano vão se esgotando e, quando elas terminam de vez, o crescimento dos cabelos e unhas param em conjunto. A impressão de que unhas e cabelos cresceram também se dá pela retração natural da pele após o falecimento.

2) Mito: não é possível doar partes do corpo para estudo científico.

As universidades aceitam doações de corpos de qualquer idade (incluindo fetos) para estudo. Isso inclui partes amputadas que também podem ser pesquisadas e resultarão em avanços científicos para o bem-estar humano. 

3) Mito: existem cadáveres que soltam gemidos após a morte.

Parece história de terror, mas não é! O que ocorre na realidade é que o ar presente nos pulmões, vias aéreas e sistema digestivo pode escapar em algum momento. Sobretudo se ocorre alguma pressão sobre o peito ou pulmões, fazendo um barulho que pode lembrar um gemido. 

Nada de sobrenatural: é apenas o corpo seguindo seu processo natural. 

Conhecer a morte pode te ajudar a lidar com o luto!  

A morte é a única certeza que todos carregam. Porém, a cultura ocidental criou uma certa tensão em torno do assunto. Muitas vezes, evitar conversar sobre o assunto pode aumentar o sofrimento no processo de luto.

Toda a resistência para encarar a morte está ligada ao apego a diversos componentes, como pessoas ou objetos. Por outro lado, no oriente, a população recebe estímulo desde cedo para enxergar a morte como um ciclo natural. 

Olhar a morte por essa perspectiva deixa a vida mais leve, assim como a partida de um ente querido. Nesse sentido, saber o que acontece com o corpo após a morte pode ajudar a passar pelo luto. 

Se deseja descobrir mais interpretações sobre a morte, entenda o que é  Memento Mori e construa sua própria reflexão sobre a morte.