Cremação: entenda a origem do processo!

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Descubra como a cremação surgiu, a forma como ela foi aceita pelas sociedades ao redor do mundo e o que dizem as religiões sobre a prática!

A cremação tem sido cada vez mais procurada no Brasil. Entre 2017 e 2018, o país teve aumento em 35% no número de cremações, de acordo com os dados levantados pela revista Veja.

Esse aumento na procura se deve, entre outros fatores, devido à Igreja Católica ter, há alguns anos, modificado a sua conduta e orientação quanto à cremação, deixando de vê-la como uma prática não indicada aos cristãos.

Mas você sabe exatamente como surgiu a cremação? Continue a leitura e descubra!

Origem da cremação

A cremação não é uma prática recente. Os primeiros registros desse tipo de sepultamento, na verdade, datam de 3 mil anos a.C., no início da Idade da Pedra no leste Europeu, espalhando-se pelo norte no final deste período. Após isso, entre os anos 2.500 a.C. a 800 a.C., a cremação passou a ser usada pelos povos das Ilhas Britânicas, Hungria, norte da Itália, Espanha, Portugal, Irlanda e oeste da Ásia.

Entre os gregos, a cremação se tornou mais comum, começando a ser praticada por volta do ano 1.000 a.C. Os romanos, seguindo a mesma linha de tradição dos gregos, também adotaram a cremação a partir de 750 a.C.

Nessas sociedades, inclusive, a cremação apenas era resguardada aos mortos mais nobres. Já os criminosos, assassinos, suicidas e pessoas fulminadas por raios (o que era considerada uma “maldição” de Júpiter) deveriam ser sepultados por inumação, ou seja, enterrados. Crianças que faleceram antes de terem seus primeiros dentes também eram sepultadas na terra.

No Japão, a cremação foi adotada por volta de 552 d.C., com o advento do budismo, importado da China. Assim como ocorreu em outros países, primeiro a cremação foi aceita pela aristocracia e, depois, pelo povo. 

Muito incentivada em solo japonês, o incentivo à cremação veio por razões além da religião, sendo preferida devido a falta de espaço para sepultar seus mortos em um limitado espaço territorial. Em 1867, os japoneses promulgaram, inclusive, uma lei que torna obrigatória a incineração das pessoas mortas por doenças contagiosas para um controle sanitário mais eficaz. 

Em 1872, três cientistas italianos revolucionaram o setor ao inventarem um forno capaz de gerar uma temperatura alta o suficiente para cremar o corpo humano.

No Brasil, o primeiro crematório foi fundado em 1974, em São Paulo. O “crematório Dr. Jayme Augusto Lopes” tornou-se um dos maiores do mundo e pioneiro na América Latina.

A cremação e as religiões

Apesar de ser uma prática bastante antiga, a cremação ainda guarda muitas polêmicas no que diz respeito às religiões. Até 1963, por exemplo, ela não era aceita pela Igreja Católica, tendo a remoção da proibição dada pelo Concílio Vaticano II. Existem outras religiões, entretanto, que até os dias atuais não aceitam a prática. É o caso do Judaísmo, Candomblé e Islamismo. 

Por outro lado, para algumas religiões, cremar os mortos é um rito de passagem obrigatório – como acontece com o budismo e o hinduísmo. Para essas culturas, o fogo é o indutor do sentimento de desapego do espírito, permitindo que a alma se purifique, liberte-se do corpo e siga sua jornada até o novo mundo.

Aceita pelo espiritismo, a cremação deve aguardar um período de 2 a 3 dias para ser realizada. Esse tempo é considerado, em média, o tempo necessário para o espírito se desvincular do corpo físico e desencarnar.

Como você viu neste conteúdo, a cremação é uma prática bastante antiga e adotada por diversas sociedades ao longo dos anos. Ainda que algumas religiões até hoje tenham ressalvas em relação à prática, cada vez mais ela se torna comum em nosso país, a exemplo do que já ocorre em outras partes do mundo.

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