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Em alguns países, pessoas com doenças terminais podem escolher encurtar a própria vida. Muitos indivíduos já escolheram esse caminho, o que levantou muitas questões na nossa sociedade. Por isso, é importante saber qual é a diferença entre eutanásia e morte assistida.
Apesar da morte ainda ser um tabu na nossa sociedade, alguns pacientes terminais escolhem morrer, pois estão sofrendo muito e não já não têm mais chances de melhorar. Sempre que algum indivíduo famoso toma essa decisão, como no caso do cineasta francês Jean-Luc Godard, a discussão sobre diferença entre eutanásia e morte assistida volta à tona.
Esses dois procedimentos são realizados quando uma pessoa decide encurtar a própria vida, no entanto, eles são realizados de maneiras diferentes. Nem todos os países permitem que o cidadão interrompa a própria vida, o que também levanta a questão se existe ou não o direito de decidir quando morrer.
Esse debate nos remete ao conceito de “memento mori“, lembrando-nos da inevitabilidade da morte e da importância de refletirmos sobre nossa própria mortalidade e as escolhas que fazemos em relação a ela.
Para que você possa entender melhor a diferença entre eutanásia e morte assistida, e também descobrir qual é a diferença entre esses procedimentos e os cuidados aplicativos e a ortanásia, continue lendo este texto.
O que é eutanásia e morte assistida?
A palavra eutanásia vem do grego e significa “morte boa”. Esse termo começou a ser empregado no século XVIII e, desde então, é usado para se referir a um procedimento de morte voluntária.
A eutanásia deve ser feita por um profissional de saúde. Na maioria dos países que permitem essa prática, esse procedimento só é realizado em pacientes terminais e a pedido dessas pessoas.
Já a morte assistida, também chamada de suicídio assistido, também tem como objetivo encurtar a vida de um indivíduo que está passando por um grande sofrimento causado por uma doença grave e irreversível. No entanto, nesse caso, é a própria pessoa que realiza a ação que vai acabar com a vida dela.
Algumas pessoas confundem eutanásia com ortanásia, sendo assim, saiba que a ortanásia é um procedimento realizado em pacientes terminais, no qual ocorre a interrupção dos tratamentos que mantinham a pessoa viva, para que ela venha a falecer de maneira natural.
Os cuidados paliativos, por sua vez, são um conjunto de técnicas que têm como objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes e dos familiares dessa pessoa.
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Casos famosos de pessoas que se submeteram a esses procedimentos
Além de Jean-Luc Godard, muitas pessoas, famosas e anônimas, optaram por esses procedimentos. Um dos casos que gerou mais debate entre a sociedade foi do holandês Mark Langedijk, que apesar de não ter nenhuma doença terminal, era alcoólatra e sofria de depressão.
Langedijk passou por 21 clínicas de reabilitação, mas não conseguiu superar os seus problemas. Por causa disso, ele optou pela eutanásia. Outro caso que ganhou repercussão foi o da americana Cindy Shepler, que após sofrer por décadas com doenças graves, escolheu a morte assistida na Suíça.
Há também algumas pessoas famosas que já afirmaram publicamente que desejam realizar o suicídio assistido quando for necessário, como o ator francês Alain Delon e a cantora francesa Françoise Hardy.
Uma obra cinematográfica que aborda bem esse tema é o filme sobre luto “Como eu era antes de você”, no qual um homem que ficou tetraplégico após um grave acidente decide interromper a própria vida.
Características da eutanásia e da morte assistida
Há diferentes formas de realizar a eutanásia e o suicídio assistido, uma das mais comuns é ministrar uma substância letal por via oral, em uma dose cinco vezes maior do que seria recomendada para aquele indivíduo em um tratamento normal.
A eutanásia também pode ser feita por meio de uma injeção com uma solução letal, que foi o método escolhido pleo holandês Mark Langedijk.
As substâncias letais ministradas no paciente agem rapidamente no organismo, para promover uma morte rápida e indolor.
Geralmente, quando esses procedimentos são realizados da maneira correta, o paciente precisa passar por uma avaliação médica para confirmar que realmente não tem condições de melhorar e também se consultar com um psiquiatra.
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Qual a diferença entre eutanásia e morte assistida?
A diferença entre eutanásia e morte assistida é que, no primeiro caso, é um profissional da área da saúde que realiza os procedimentos que ocasionaram no fim da vida do paciente.
Já na morte assistida, é o próprio indivíduo que realiza as ações para tirar a própria vida. Contudo, o certo é que isso seja feito com o acompanhamento de um médico.
Aspectos legais e éticos da eutanásia e da morte assistida
A legislação brasileira não permite a prática da eutanásia e do suicídio assistido. Aliás, o código penal do Brasil configura a eutanásia como um homicídio simples.
Além da legislação, também existem aspectos éticos e religiosos que são contra essas práticas. Isso porque algumas religiões pregam que a pessoa não pode decidir quando acabar com a sua própria vida.
Contudo, muitos países permitem a prática da eutanásia, como:
- Holanda;
- Bélgica;
- Luxemburgo;
- Espanha;
- Portugal;
- Canadá;
- Colômbia;
- Peru;
- Austrália;
- Nova Zelândia.
Em alguns estados dos Estados Unidos, como o Oregon, Washington, Califórnia, Vermont, Montana e Novo México, essa prática também é permitida. Já na Alemanha e na Suíça, apenas o suicídio assistido é permitido.
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Como oferecer uma despedida digna para quem se foi?
Além de entender qual é a diferença entre eutanásia e morte assistida, também é importante saber como oferecer uma despedida honrosa para a pessoa que acabou de falecer.
As cerimônias de despedida servem tanto para homenagear o finado quanto para ajudar os amigos e familiares dessa pessoa a se despedirem dele e a enfrentarem o processo de luto de uma maneira menos traumática.
Para fazer essa despedida, é importante pedir para que algumas pessoas que eram próximas ao falecido preparem alguns discursos. Caso o finado tenha sido religioso, pode ser interessante fazer algumas orações. Além disso, é importante providenciar algumas coroas de flores e faixas de falecimento para se despedir do falecido de uma forma digna.
A morte ainda é um tabu na nossa sociedade, mas é importante falar sobre esse tema, pois essa é uma forma de nos prepararmos para quando isso ocorrer. Por isso, vale a pena conferir o nosso guia do que fazer quando alguém morre.