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O luto complicado é uma forma prolongada e intensa de sofrimento após a perda de alguém próximo. A pessoa tem dificuldade em seguir em frente, vivenciando emoções como tristeza profunda, culpa e negação por um período maior do que o esperado, prejudicando sua qualidade de vida.
A perda de um amigo ou ente querido sempre gera dor. Nesse momento, é normal enfrentar dificuldades para retomar a rotina. O problema pode se agravar quando esse cenário evolui para um luto complicado.
Essa condição, também chamada de luto patológico, exige muita sensibilidade para entender como ajudar uma pessoa em luto, pois ela tem dificuldades em lidar com a tristeza. Ou seja, a dor permanece constante e fica difícil voltar a trabalhar e estudar, fazer aquilo de que se gosta e aceitar o que aconteceu.
Sem o apoio necessário, a pessoa acaba entrando em depressão e tem pensamentos negativos, exigindo intervenção profissional. Por isso, é fundamental entender o que caracteriza esse tipo de sofrimento e como lidar com ele. Continue a leitura!
O que é o luto complicado?
O luto complicado é caracterizado pela dificuldade em aceitar a perda de um ente querido, levando a dificuldades em retomar a rotina e as atividades diárias.
Portanto, existe uma desorganização prolongada, com tristeza profunda e/ou apatia persistindo após o período considerado natural. Ou seja, o luto normal contempla um período de abatimento, levando ao desânimo e choro.
No entanto, a situação patológica prejudica a qualidade de vida de quem permanece vivo. Assim, há uma dificuldade para se readaptar ao novo cenário.
Qual o pior estágio do luto?
O pior estágio do luto é a depressão, porque costuma ser um período mais longo e sentido de forma mais intensa. Nessa fase, é comum que a pessoa fique sem esperança, sinta-se culpada e tenha melancolia.
Portanto, o sofrimento é grande e é difícil lidar com a prostração. Além disso, é uma etapa que pode durar semanas ou meses e na qual o enlutado se apega à dor.
Quanto tempo dura o luto prolongado?
O luto prolongado é definido pela Associação Americana de Psiquiatria (APA) e pela Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como aquele que dura, em média, mais de seis meses. Se, nesse período, a pessoa encontra dificuldade para retomar sua rotina, pode ser necessário buscar apoio psicológico.
Como o luto complicado se diferencia do normal?
O luto complicado se diferencia do normal por não amenizar com o tempo. Assim, a pessoa não consegue enfrentar a dor da perda e começa a sofrer um processo de desorganização, no qual tem dificuldade de retomar as atividades com qualidade. O indivíduo também pode ter uma reação diferente daquela esperada ou ficar apático.
Em qualquer um desses casos, a tristeza profunda se prolonga e não desaparece. Em um cenário normal, a pessoa passa por diferentes estágios, a dor diminui com o tempo, as atividades são retomadas e a saudade se torna mais fácil de administrar.
No patológico, isso não acontece. Esses sentimentos negativos são intensificados e não melhoram. Alguns sinais de que isso está acontecendo são:
- Concentração excessiva nas lembranças do ente querido e em sua perda;
- Desejo intenso de encontrar a pessoa que faleceu;
- Dificuldade de aceitar a situação;
- Dificuldade de realizar as atividades diárias;
- Manutenção de um estado de humor alterado, geralmente melancólico e depressivo;
- Adoção de um comportamento antissocial;
- Comportamentos autodestrutivos;
- Sentimento de falta de sentido ou propósito na vida.
Quais as causas mais comuns do luto complicado?
Essa condição pode surgir em situações em que a perda é especialmente traumática ou inesperada, fazendo com que a pessoa tenha dificuldade de seguir em frente. É importante entender os fatores que mais contribuem para oferecer apoio adequado. As causas mais comuns são:
- Impossibilidade de fazer uma cerimônia de despedida apropriada;
- Ter tido antecedentes de múltiplos traumas e perdas;
- Dependência emocional da pessoa falecida;
- Existência de conflitos familiares, impedindo a resolução de problemas com a pessoa morta;
- Negação da possibilidade de morte;
- Existência de um vínculo muito forte com quem morreu;
- Situação de morte chocante, como em casos de homicídios e acidentes;
- Personalidade e histórico do enlutado, isto é, pessoas com transtornos mentais.
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Quando o luto se torna preocupante?
Ela se torna preocupante quando perdura por um longo período, gerando dor constante e profunda e dificuldades para retomar as atividades diárias de forma funcional. Ainda que os sinais de agravamento também estejam presentes em uma situação normal, o principal destaque é a falta de melhoria ao longo do tempo.
Portanto, a pessoa enlutada não passa por todas as fases que envolvem esse momento. Ela não consegue chegar ao período de aceitação, momento em que se lida com a tristeza de forma mais adequada. Assim, ela permanece envolvida nos sentimentos negativos e depressivos, afastando-se de amigos e familiares.
Qual a importância do apoio emocional e psicológico no luto complicado?
A importância do apoio emocional e psicológico está na sua capacidade de auxiliar no processamento e na expressão das emoções. Ao falar sobre o que sente, sem julgamentos, a pessoa consegue se readaptar à vida e retomar seu cotidiano. Esse é o motivo pelo qual a terapia de luto é tão importante.
Com a ajuda psicológica, é possível entender que esse processo é natural e até saudável, desde que não se aprofunde demais. Também é possível perceber que a vida continua, mesmo que o ente querido faça falta.
Dessa forma, há uma revisão das próprias ações e sentimentos, deixando de lado a vulnerabilidade e a incapacidade. Ao mesmo tempo, o profissional tem a condição de auxiliar nessa experiência individual, validando as percepções e fazendo com que a pessoa se sinta acolhida.
Em casos mais graves, pode ser necessário prescrever medicamentos. No entanto, o mais importante do apoio emocional e psicológico é justamente contribuir para a superação. Assim, o luto complicado deixa de existir, porque a pessoa passa pelo processo de aceitação, excluindo a culpa e outros sentimentos negativos que possam existir.
Gradualmente, ela consegue gerenciar suas emoções de forma saudável. Por mais complexo que seja, é possível sair desse estado, enfrentar a dor da perda e superá-la. O resultado é uma vida ainda com saudade, mas sabendo que aquela pessoa continuará presente de outra maneira.
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