Como funciona a doação de órgãos? Regras e por que é importante

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Muitas pessoas têm dúvidas de como funciona a doação de órgãos. Esse processo envolve a remoção de órgãos de um doador falecido ou vivo para transplantá-los em pacientes com doenças terminais. Isso inclui a compatibilidade e a realização do transplante para restaurar funções vitais.

Você sabe como funciona a doação de órgãos? A prática é incentivada em todo o mundo, mas ainda gera muitas dúvidas. O ponto principal é a necessidade de decidir em um momento difícil, no qual já existe um abalo emocional. 

Nesse momento, pensar em todas as questões do falecimento de um ente querido pode ser confuso. No entanto, é possível que essa decisão seja tomada em vida. Para se ter uma ideia, 43 mil pessoas aguardam um transplante — e encontrar um doador viável é um desafio, uma corrida contra o tempo. 

Essa ação ainda é um assunto delicado, mas tem sido abordada cada vez mais pela população brasileira, que está compreendendo a importância desse gesto de amor. Mas quais são os passos para concretizar essa vontade? Confira a seguir!

O que é doação de órgãos?

A doação de órgãos é a retirada de uma parte do corpo de alguém vivo ou falecido para transplantar em outra pessoa. Esse é um procedimento cirúrgico no qual a estrutura ou tecido debilitado é substituído por outro idêntico, com plena capacidade funcional. 

Assim, as atividades no organismo do receptor podem ser reestabelecidas. Vários estruturas do corpo humano podem ser doados como, por exemplo, rim, pâncreas, fígado, coração, intestino e outros. Apesar de não ser uma ação obrigatória, esse é um gesto que celebra a vida de quem faleceu. 

A importância é justamente auxiliar outras pessoas a voltarem a viver normalmente. O processo é totalmente anônimo, mas, com certeza, o receptor será eternamente grato.

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Quem pode ser doador de órgãos?

Qualquer pessoa saudável, sem doenças graves ou condições que comprometam sua saúde, pode ser um doador. Existem dois tipos principais de doadores: vivos e falecidos.

No caso de pessoas vivas, é possível doar órgãos como um dos rins, parte do fígado, parte do pulmão ou até mesmo medula óssea. Para ser um concessor vivo, o indivíduo precisa ter boa saúde geral, estar em plena capacidade de tomar decisões, e o procedimento não pode comprometer sua qualidade de vida.

Já para os falecidos, é preciso que a morte seja declarada oficialmente por critérios médicos rigorosos, como a morte encefálica. Em ambos os casos, a avaliação médica é necessária para garantir a segurança as duas partes envolvidas. 

Como ser um doador no Brasil?

Os requisitos para essa ação são concordar com a doação ou ter a liberação familiar e não prejudicar a própria saúde. Essas questões estão previstas na Lei 9.434/1997 e na Política Nacional de Conscientização e Incentivo à Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos.

A fila de espera dos receptores é única e gerenciada pelo Sistema Nacional de Transplantes. No entanto, esse processo, no Brasil, só é executado com autorização familiar, quando o doador já faleceu. 

Mesmo assim, se você deseja ser um doador, deve manifestar sua vontade em vida e comunicar à família. 

Além disso, você pode registrar essa intenção em cartório ou preencher a autorização eletrônica no site AEDO, disponibilizado pela Corregedoria Nacional de Justiça. Esse documento permite definir quais órgãos você deseja doar e tem validade jurídica.

Como funciona a doação de órgãos?

O processo envolve várias etapas e critérios rigorosos para garantir que ela seja segura e eficaz. A família da pessoa falecida é entrevistada pela coordenação do hospital e, após o consentimento, uma equipe especializada retira os órgãos e os encaminha para o transplante. 

A ação é possível mediante a constatação da morte cerebral — o cérebro para de funcionar, mas o coração continua batendo, com a respiração sendo mantida por meio de aparelhos. Os pacientes que receberão os órgãos são escolhidos pela Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos. 

Nos casos em que se é doador ainda em vida, é preciso estar em ótimas condições de saúde e ter parentesco de até quarto grau com o receptor, ou emitir uma autorização jurídica. 

Essa é uma forma de fazer uma homenagem a alguém especial que faleceu. Converse com a sua família, informe-se e ajude outras pessoas!

Como funciona a doação de órgãos após a morte?

Após a morte, o procedimento funciona a partir das seguintes etapas:

  • Morte cerebral constatada por médico;
  • Entrevista com a família do paciente;
  • Autorização familiar;
  • Análise do histórico clínico;
  • Retirada e acondicionamento dos órgãos;
  • Transporte até o hospital onde o receptor está;
  • Transplante.

Vale a pena destacar que a morte cerebral é a parada irreversível e completa das funções encefálicas. Porém, os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea são mantidos por meio de aparelhos para preservar as estruturas que serão doados.

Quem decide pela doação de órgãos?

Quem decide por essa ação é a família, mesmo que tenha havido manifestação do desejo de passar pelo procedimento. É necessário, ainda, realizar a avaliação médica, que irá confirmar se é viável realizar o transplante. 

Esse é o modo como funciona a doação de órgãos no Brasil. Apesar de ser mais uma burocracia nesse momento, assim como os documentos necessários para enterrar uma pessoa, o objetivo é salvar vidas. Por isso, é algo que vale a pena considerar.

No caso do falecimento de um familiar, o que acontece após eu autorizar a doação de órgãos?

Após a autorização, alguns exames serão feitos para confirmar a morte do doador. Além disso, será feita a coleta de sangue para identificar a possível presença de algumas doenças, como HIV, hepatite B e C, sífilis, HTLV, doença de Chagas, toxoplasmose e citomegalovírus. 

Os rins e o fígado também passam por uma análise geral. Se tudo estiver conforme as regras, é realizado o procedimento cirúrgico.

Quais os mitos comuns sobre doação de órgãos?

Os mitos mais comuns sobre doação de órgãos são:

  • É preciso assinar documentos que comprovem o desejo de doar. Na verdade, essa decisão é da família;
  • O doador e/ou o receptor precisam pagar pelo procedimento. Não há custos nem pagamentos;
  • O médico pode confundir morte encefálica com coma. Isso é impossível, pois são situações diferentes e vários exames são feitos antes do transplante;
  • Não é possível velar o corpo, pois ele estará deformado. Mito, porque existe uma preparação adequada, inclusive garantida em lei;
  • É possível vender os órgãos em vez de doá-los. A negociação é proibida no Brasil;
  • Quem é rico consegue o transplante primeiro. Isso não ocorre, pois existe uma fila única;
  • Pessoas sem identificação sempre são doadora de órgãos. Isso é proibido, já que é necessário ter autorização familiar.

Qual a importância da doação de órgãos?

A importância desse ato é oferecer esperança para pessoas que aguardam um transplante. Afinal, um mesmo paciente pode salvar até 10 receptores. Assim, além de ser um gestor de amor e solidariedade, também é uma bela homenagem a quem faleceu, já que a história dessa pessoa será honrada.

Esse é um ato de profunda generosidade que pode fazer a diferença na vida de muitas pessoas. Esse gesto de solidariedade também reflete a importância de cuidar e apoiar aqueles que enfrentam momentos difíceis. 

Se você está planejando um velório ou procurando por elementos que tragam um toque especial e respeitoso, descubra como podemos ajudar a criar um ambiente acolhedor e cheio de significado. 

Assim como a doação de órgãos oferece uma nova chance, os serviços de velório e as coroas de flores desempenham um papel importante ao proporcionar conforto e dignidade aos enlutados.