Diretivas antecipadas de vontade: entenda como funciona

Tempo de leitura: 2 minutos

O diagnóstico de doenças terminais ou incuráveis é impactante na vida do paciente e, claro, dos seus familiares e amigos. Frente a essa perspectiva, muitos pacientes se angustiam não só com o fim da vida iminente, mas com o que irá ocorrer até lá. 

Com o avanço dos quadros dessas enfermidades, é comum o temor da perda de capacidade de expressar vontades ou de tomar decisões, de não mais poder decidir sobre a própria vida quando o momento da morte estiver se aproximando. 

Dignidade e capacidade de escolher o próprio caminho

Em 2012, o Conselho Federal de Medicina criou uma resolução sobre as chamadas diretivas antecipadas de vontade. Elas são uma junção dos desejos que o paciente tem em relação aos tratamentos e cuidados que quer – e também que não quer – receber em seus momentos derradeiros. A resolução foi criada para que os desejos fossem respeitados a partir do dever ético de cumpri-los, e que pudessem ser decididos com o paciente totalmente consciente do que espera. 

Apesar de ter sido criada há alguns anos, a resolução das diretivas antecipadas de vontade infelizmente não é conhecida por muitos médicos e pacientes. Por isso, esse assunto deve ser cada vez mais tratado com naturalidade, dando aos enfermos o direito de decidirem sobre o que querem para si mesmos. 

Muitos países no mundo todo possuem uma legislação específica para as diretivas antecipadas, normatizando a prática e a criação do documento legal com as vontades dos pacientes – chamado de testamento vital – ou com um procurador, pessoa designada pelo doente para tomar todas as decisões. O médico tem um papel importante nesse momento. Ele não deve, de forma alguma, definir o que o paciente precisa ou quer, mas sim auxiliar e orientar em todas as dúvidas para que a decisão seja a mais humanizada possível. 

Ainda falta muito no Brasil para que esse assunto seja encarado de forma ideal, mas quanto mais os médicos e enfermos puderem conversar sobre isso e tomarem decisões, mais pessoas também terão acesso e poderão decidir o que é melhor para si mesmas em todos os momentos.